A empatia é uma característica importante e de constante
desenvolvimento quando se pratica o voluntariado no CVV, proporciona um
conhecimento abrangente das diversas maneiras de ser e sentir do ser humano, e consequentemente
auxilia no autodesenvolvimento, pois ao conhecer outro ser humano em sua
essência, adquirimos ferramentas para conhecer a nós mesmos. Abaixo um artigo
sobre o tema publicado no Boletim do CVV em fevereiro de 2013.
A Escuta
Empática
Para
Carl Ransom Rogers a compreensão empática é uma das atitudes mais importantes
na relação de ajuda porque implica em ouvir o cliente.
Ouvir é
uma maneira importante de ajudar e essa escuta deve ser empática.
A
maneira de ser do voluntário, em relação à outra pessoa, denominada empática
tem varias facetas. Significa penetrar no mundo perceptual do outro e se
sentir totalmente à vontade dentro dele. Requer sensibilidade constante para
com as mudanças que se verificam nesta pessoa em relação aos significados que
ela percebe quanto ao medo, à raiva, à ternura, à confusão ou ao que quer que
ela esteja vivenciando. Significa viver temporariamente sua vida, mover-se
delicadamente dentro dela sem julgar, perceber os significados que ela quase
não percebe, tudo isso sem tentar revelar sentimentos os quais a pessoa não
tem consciência, pois isso poderia ser muito ameaçador. Implica em transmitir
a maneira como o plantonista sente o mundo dela à medida que examina sem viés
e sem medo os aspectos que a pessoa teme. Significa, frequentemente, avaliar
com ela a precisão do que sente e se guiar pelas respostas obtidas. Assim o
voluntário passa a ser um companheiro confidente dessa pessoa participando do
seu mundo interior.
Quando
há esse tipo de ambiente, a tendência construtiva do cliente é liberada e ele
cresce na direção de se tornar a pessoa que realmente existe por trás das
máscaras.
Não se
pode afirmar que o CVV adotou inteiramente o modelo de relação de ajuda dessa
corrente da psicologia, entretanto, é possível dizer que os voluntários se
“apropriaram” de alguns conceitos de Rogers referentes às condições que
proporcionem uma relação de ajuda eficaz, por terem sido relevantes para o tipo
de trabalho que faziam. Por isso, o Boletim do CVV no artigo Um Jeito de Ser,
de fevereiro de 1987, comenta: “Somos rogerianos, sem duvida, no sentido da
orientação para a nossa postura diante do atendido.
Evidentemente,
o voluntário não é técnico-terapeuta, embora a sua conversa possa ter efeitos
terapêuticos, baseados nos processos simples e encontradiços da solidariedade
humana. Creio que seria imperdoável se o plantonista não assumisse esta posição”.
Resenha da dissertação de mestrado
André Barreto Prudente - FFCLRP-USP
Fonte: Boletim do CVV, Fev. 2013, Ano 47, nº
454, pág. 7