28/04/2014

Homens também choram / CVV - trabalho voluntário

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CURSO PARA NOVOS VOLUNTÁRIOS - CVV Vila Carrão
Contato: vilacarrao@cvv.org.br / (11) 970456882  / (11) 967498515
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Homens também choram

O "Correio do Minho" de Braga, Portugal, de 17 de maio de 2009 fez uma revelação surpreendente, pelo menos para nós, brasileiros, afirmando que a maioria das pessoas que procura o SOS-Estudante, da Associação Acadêmica de Coimbra (AAC) - uma linha telefônica de apoio emocional -, pertence ao sexo masculino.
Diz a matéria que entre 60 a 70 por cento dos usuários que procuram apoio e conforto nesta linha telefônica criada há 12 anos, em Coimbra, são homens, situando-se a média de suas idades por volta dos 40 anos. Solidão, sexualidade e relacionamentos são os problemas mais freqüentes nos seus contatos quando buscam apoio.
A Associação Acadêmica de Coimbra (AAC) inicialmente foi criada para atender a estudantes, contudo, com o passar do tempo foi dando apoio a outras pessoas, oriundas de diversos pontos do país, o que evidencia que em qualquer parte de Portugal ou de outro lugar qualquer do mundo, há sempre alguém necessitando de ser ouvido, de desabafar, de comunicar-se, de revelar-se e de conhecer-se em profundidade.
É difícil uma pessoa "partir para uma tentativa de suicídio - assegura o artigo - sem ter dado sinais de alerta antes". Daí a importância do ouvido amigo sem críticas ou julgamentos, afinal, como afirma Gonzaguinha numa das mais de suas expressivas canções: "Um homem também chora, menina, morena, também deseja colo, palavras amenas". Que estas palavras amenas não lhes falte, quer sejam oferecidas por um voluntário do CVV, quer por um membro da AAC, o importante é que o seu apelo encontre ressonância na solidariedade de alguém.

Seção: Painel livre
Artigo: Homens também choram
Autor: Comissão Redatora do Boletim
Posto: Comissão Redatora do Boletim
1008/05/06/2009


TAGS: CVV - trabalho voluntário

21/04/2014

É nos lugares mais felizes que acontecem mais suicídios - CVV

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É nos lugares mais felizes que acontecem mais suicídios

Sempre ouvimos falar que países considerados de primeiro mundo, como a Dinamarca, Suíça e Suécia têm a melhor qualidade de vida do planeta. E que, por consequência, seus habitantes estão entre os mais satisfeitos do mundo. A parte estranha é que esses "lugares felizes" possuem taxas bem altas de suicídio. É o que se relata no site http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/e-nos-lugares-mais-felizes-que-acontecem-mais-suicidios/
Pesquisadores dos departamentos de economia da Universidade de Warwick, do Hamilton College e do Banco Central de São Francisco, todos nos EUA, decidiram checar. Eles combinaram dados de duas grandes pesquisas para ver qual era a relação entre a felicidade do povo e a quantidade de pessoas que se mata em diferentes estados daquele país.
A análise mostrou que a anormalidade é verdadeira: "os estados mais felizes têm maiores taxas de suicídio do que aqueles que são menos felizes", aponta o estudo. "Por exemplo, Utah está em 1º lugar em satisfação com a vida, mas tem a 9ª maior taxa de suicídio. Enquanto isso, Nova Iorque é o 45º estado mais feliz, mas tem o menor índice de suicídios nos EUA".
E qual a causa, finalmente, deste paradoxo? Concluíram os pesquisadores que "pessoas infelizes em um lugar feliz podem se sentir especialmente maltratadas pela vida. Como somos sujeitos a variações de humor - acrescentaram eles -, as baixas podem ser mais toleráveis em um contexto - seja uma época ou um lugar - no qual outras pessoas também estejam infelizes".
Daí ser sempre válido os voluntários cevevianos estarem sempre atentos para aqueles que ligam aparentemente felizes, passando trotes, brincando. Por trás de tudo poderá haver uma dor impossível de ser suportada, necessitando apenas de compreensão para emergir e derramar-se do coração de quem camufladamente a conduz.

É nos lugares mais felizes que acontecem mais suicídios
Seção: De olho na notícia
Artigo: É nos lugares mais felizes que acontecem mais suicídios
Autor: Edson
Posto: Ribeirão Preto (SP)
1241/09/12/2010

14/04/2014

Lixo e suicídio: pontos de partida para a reciclagem - CVV vila Carrão

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CURSO PARA NOVOS VOLUNTÁRIOS - CVV Vila Carrão
Inicio: 16 e 17/08/2014   / Horário: das 13 as 18h 
Contato: vilacarrao@cvv.org.br / 96439-3886 (tim) / 2097-4111
 
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Lixo e suicídio: pontos de partida para a reciclagem 

O jornalista da Globo News, André Trigueiro, apresentador do programa Mundo Sustentável e
voluntário especialista do CVV, Regional Rio-Vitória, em www.mundosustentavel.com.br, faz uma notável e interessante analogia entre o catador de lixo e o mundo sustentável, quando afirma que ambos guardam afinidades importantes. Nos parágrafos a seguir escreve ele alternando as significativas comparações:
Em primeiro lugar, ambos desafiam o tabu de lidar com assuntos que a sociedade abomina ou despreza. Seguem na contramão do senso comum, desafiam a cultura dominante, lidam com o preconceito.
O catador enxerga os resíduos com outros olhos. Ele não perde tempo com o lixo. Separa apenas o que ainda tem serventia e lhe garante o sustento.
O voluntário do CVV enxerga o ser humano com outros olhos. Acredita no valor de cada um, na capacidade que temos de dar a volta por cima. Por pior que seja a situação de quem o procura, o voluntário investe tempo e energia no exercício da escuta amorosa, resgatando o valor e a autoestima de quem muitas vezes se sente um trapo.
O catador ajuda a reduzir o monumental volume de resíduos que satura os aterros e lixões. O voluntário do CVV ajuda a reduzir a perturbação que satura a alma e impede a correta avaliação dos fatos.
O trabalho realizado pelo catador reduz os indicadores de desperdício. Reciclagem significa economia de matéria prima e energia. O trabalho realizado pelo voluntário do CVV reduz as estatísticas de suicídio. A existência do CVV implica na economia de dor, de sofrimento, e consequentemente, de suicídio.
O lixo contamina o solo, a água, o ar. Sem o catador, a quantidade de resíduos contaminados espalhando doenças seria maior. Em contato com a sujeira, os recicláveis viram problema, e ganham status de caso de saúde pública. A reciclagem não é a solução definitiva, mas ajuda.
O suicídio também é caso de saúde pública e foco de contaminação. Especialistas da área de saúde estimam que para cada caso de suicídio, um grupo próximo de aproximadamente dez pessoas, entre parentes e amigos, carrega um trauma para o resto da vida. Sem os voluntários do CVV, o número de suicídios ou pessoas perturbadas seria certamente maior. O CVV não é a solução definitiva para o problema do suicídio, mas contribui efetivamente para a prevenção.
Para a reciclagem de lixo acontecer, basta separar aquilo que pode ser reutilizado. É um gesto simples, não requer erudição, nível superior nem conhecimentos técnicos sofisticados. Basta boa vontade.
Para a reciclagem de pessoas acontecer, a experiência do CVV também demonstra que não é preciso erudição, nível superior ou conhecimentos técnicos sofisticados. Basta boa vontade.
Os estudiosos do lixo afirmam que tudo absolutamente tudo o que é descartado tem serventia. Até a parte orgânica do lixo tem a sua riqueza: pode virar adubo natural de ótima qualidade ou fonte de energia pela utilização do gás metano. São Paulo abriga a primeira usina de energia do Brasil sobre um aterro de lixo (Aterro Bandeirantes) que abastece duzentas mil pessoas.
Os estudiosos da alma afirmam que cada um de nós é único no universo, portanto cada existência guarda consigo uma singularidade, um valor inerente à vida. Até os momentos de dor e de sofrimento são especialmente ricos pelas lições que nos trazem, pela fortaleza que construímos dentro de nós a partir dessas experiências. Para que possamos descobrir essa riqueza por nós mesmos, é que existe o CVV. São Paulo abriga desde 1962 o primeiro grupamento de voluntários que abraçaram com alegria e determinação essa causa. A partir de São Paulo, o Brasil inteiro está sendo fecundado pela semente do bem, trazida pelo CVV.
Que a reciclagem de materiais ou de pessoas continue inspirando gestos e atitudes na direção de um mundo mais justo, feliz e sustentável.

Lixo e suicídio: pontos de partida para a reciclagem
Seção: De olho na notícia
Artigo: Lixo e Suicídio: pontos de partida para a reciclagem
Autor: Comissão Redatora do Boletim
Posto: Comissão Redatora do Boletim
1149/05/05/2010

 

07/04/2014

A ambivalência que precede o suicídio - CVV Vila Carrão

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CURSO PARA NOVOS VOLUNTÁRIOS - CVV Vila Carrão
Inicio: 16 e 17/08/2014   / Horário: das 13 as 18h 
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A ambivalência que precede o suicídio - CVV Vila Carrão

Periodicamente determinados vulcões entram em erupção dizimando com seu material magmático dezenas de cidades, povoados e campos, como aconteceu há pouco tempo na Islândia, quando um vulcão encapsulado sob uma geleira foi capaz de, com sua força, lançar nuvens de cinzas que prejudicaram o tráfego aéreo na Europa. Na Itália não foi diferente: violentas e incandescentes lavas do Etna espalharam terror sobre os habitantes da região, provocando fuga e morte quilômetros afora.
Por outro lado, não menos catastróficas, em algumas épocas do ano, são as destruições provocadas pelas chuvas que ultrapassam os níveis pluviométricos suportáveis pela natureza, vindo a causar enxurradas, fazendo transbordar rios que de roldão levam e matam o que encontram à sua frente, fato que ocorreu há pouco na região serrana do Rio de Janeiro.
Ante estas cenas avassaladoras cumpre-nos reportar-nos a uma catástrofe individual - o suicídio -, mas tão estarrecedora e preocupante quanto os cataclismos coletivos, já que envolve vida e, em se tratando de vida, uma única que seja, é o suficiente para que nos debrucemos sobre a questão.
É fato que antes da consumação do suicídio ou da tentativa frustrada o indivíduo se debate numa série de conflitos, os quais o sim e o não, o querer e o não querer morrer passam por várias gradações de intensidade dolorosas e aflitivas.
É como estarmos num trapézio, as mãos e os pés executando cautelosamente malabarismos na barra de ferro, mas pouco nos incomodando com o fato de que, lá embaixo, falta a rede capaz de amparar-nos na queda eventual.
É como viajarmos num navio seguro para um país longínquo, contudo nos recusando a simular exercícios num bote salva-vidas, medida preventiva para o caso da ocorrência de um naufrágio.
É como dormirmos e acordarmos ao sopé de um vulcão que, mesmo tido como extinto, a qualquer momento poderá entrar em erupção.
Reza a lenda que o filósofo pré-socrático Empédocles (490 a. C / 430 a. C.) teria se suicidado atirando-se numa das crateras do Etna, para provar que era um deus.
E que sentimentos levam algumas pessoas, conscientes de sua condição humana, sem a ostentação de pretender ser um deus, superada a fase de ambivalência, jogar-se nas suas próprias crateras interiores, valendo-se dos mais diversos meios de destruição?
Como voluntários do CVV não nos cabe julgamento, apenas compreensão para tão desolador ato, embora o bom senso nos indique que enquanto estiver ao nosso alcance a possibilidade de salvarmos a quem nos liga, devemos empreender todos os esforços nessa direção. Com a nossa ajuda, uma vez desaparecidos os sentimentos opostos que atormentam o outro e, o desabafo é preponderante neste trabalho de aliviar suas dores, talvez este seja o primeiro passo para que ele tome a iniciativa de fazer a sua opção pela vida.

Seção: Painel Livre
Artigo: A ambivalência que precede o suicídio
Autor: Bartyra
Posto: Recife (PE)
1258/14/03/2011