27/04/2012

Quem procura o CVV?


Ao voluntário sempre é questionado: Quem procura o CVV? São “loucos” que desejam se matar? 

Essas perguntas são feitas tanto numa conversa informal quanto em entrevistas para entidades públicas.
Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais do serviço de apoio emocional oferecido pelo CVV através do 141 ou pelo chat (www.cvv.org.br), descrevemos algumas motivações das pessoas que nos procuram e o que elas esperam de uma conversa. Bem como é o nosso esforço em oferecer essa empatia a quem nos procura para uma conversa franca, baseada no sigilo e anonimato.


Quem são as pessoas que procuram o CVV?

As motivações profundas das pessoas que nos procuram é a busca de alguém com quem possam realmente ser elas mesmas. Alguém a quem possam comunicar livremente suas angústias e incertezas. Um dos principais problemas do ser humano é o vazio interior e a solidão, esses sentimentos surgem sempre quando estacionamos em nós mesmos, quando não caminhamos em direção a alguma coisa, quando não agimos positivamente para darmos ao mundo e recebermos dele o que nos é necessário.


O que buscaríamos numa conversa franca?

De alguém que tivesse tempo de me ouvir, de me sentir importante para uma pessoa, de que acreditem em mim sem eu ter que provar tudo, de me sentir seguro e amparado, de respeito e atenção completa, de ser aceito como sou e de sentir que posso confiar na pessoa.

Fonte: Manual do Voluntário, 4ª edição

05/04/2012

Ser Voluntária

Existem momentos em nossas vidas que buscamos algo que nos complete,  mesmo inconscientemente.  É aquela sensação que nos leva não por acaso, a acreditar que podemos encontrar um pouco mais de conforto e paz interior.

Não me refiro a  nada material, mas sim algo produzido dentro da essência de cada um de nós, dentro de nossas  almas.

Nesta busca por um ideal maior, tive um dia à felicidade de ler uma faixa estendida sobre avenidas próximas a minha residência. Lembro que nela estava escrito: O CVV PEDE SOCORRO!

Ter ouvido falar em CVV e saber de sua atuação superficialmente era uma coisa, conhecê-lo era uma realidade bem diferente.

Como ninguém pede socorro de graça, procurei saber o que poderia levar uma instituição como esta a se utilizar de uma frase a princípio tão desesperadora.

O pior foi saber que a razão da expressão contida naquele aviso, não se referia  a qualquer contribuição monetária, pois para quem dispusesse de uma situação financeira privilegiada, talvez fosse fácil resolver o problema.

O pedido era dirigido a nós como pessoas que se dispusessem a colocar em prova a sua boa vontade na ajuda ao próximo. Ajuda tão falada, mas que se mostrava ausente – e bem ausente, diga-se de passagem, naquele momento.

Era na verdade um pedido de socorro humano. Socorro que pudesse se mostrar solidário as suas causas e, ainda que reconhecidas por boa parte da população, se mostrava frágil naquele instante.

Quis o destino que viesse a me dar conta do complemento que tanto buscava. Permitiu assim o destino encontrar a mim própria, em muitas das coisas que sempre acreditei e que poderia executar, porém, até então se mostravam adormecidas em meu dia a dia.

Hoje, após anos de atuação nessa casa, posso dizer firmemente que pude sim, participar, testemunhar, socorrer e engrandecer não somente o meu próximo, mas principalmente a mim mesma como pessoa, através de um trabalho sério, grandioso e gratificante.

Hoje ao dizer e me sentir como uma voluntária do CVV, posso afirmar que me torno um ser humano cada vez melhor em todos os sentidos.

Nestes 50 anos em que a existência de nosso Centro de Valorização se mistura a própria vida, entendi que seria o momento de exteriorizar minhas ideias a este respeito, pois acredito que na verdade quem pedia por socorro naquele dia, era a minha própria alma.

Denis Léa Santana   


Esse depoimento é um convite a você que deseja fazer aplicar sua cidadania através de um trabalho voluntário. No CVV existe a possibilidade de doar apoio emocional, ser um amigo de plantão àquele que, muitas vezes desesperado ou triste, busca no encontro com o outro, o reconhecimento de si mesmo.

Hoje no CVV Vila Carrão estamos com 43 voluntários plantonistas e mais 8 voluntários em treinamento, prestes a assumir o seu plantão semanal. A quantidade de voluntários para a cobertura das 24 horas de atendimento diária atualmente é razoável para o funcionamento do posto. Porém, não é apenas esta nossa preocupação, mas sim com aquele que em algum lugar desta cidade, deste país, deseja ardemente ter uma conversa franca com alguém que procurará acolher e compreendê-lo, por isso este convite.

Dentre tantas opções de apoio fraterno, somos mais um caminho, para a troca de uma conversa de coração para coração.

Nosso próximo Programa de Seleção de Voluntários, acontecerá em dois períodos; durante a semana a noite ou aos sábados à tarde.

Para mais informações sobre o CVV  acesse www.cvv.org.br, e sobre o CVV Vila Carrão navegue em nosso blog, informações e inscrições 11-2097-4111, vilacarrao@cvv.org.br